A proliferação de cursos de Direito pelo país e o ingresso de centenas de profissionais no mercado tornam a advocacia moderna um desafio no Brasil, mormente se levarmos em consideração os números dos advogados já atuantes. Em relação aos profissionais já atuantes na área jurídica, somos superados atualmente em quantidade somente pelos Estados Unidos da América e pela Índia.
Nos Estados Unidos, o número excessivo de advogados justifica-se na medida em que estamos tratando de um país extremamente litigante. Por seu turno, na Índia temos o excesso populacional como fator que explica o grande número de profissionais da advocacia, que, de acordo com dados recentes, tem uma população seis vezes superior à do Brasil.
Em um cenário de grande concorrência, é fundamental que o advogado ou o escritório de advocacia tenha alguma estratégia de Marketing Jurídico para atrair, reter, fidelizar e satisfazer clientes, melhorar a sua visibilidade empresarial no mundo corporativo e aumentar a rentabilidade profissional.
Antes visto com ressalva pelos profissionais da área jurídica, devido às regras restritivas de publicidade previstas na legislação brasileira, hoje o Marketing Jurídico é tido e aceito como fator de sobrevivência para muitos escritórios. Nada obstante, o próprio conceito de Marketing Jurídico evoluiu no âmbito da advocacia brasileira.
Nos primeiros anos de sua utilização por advogados e escritórios de advocacia, servia como mera ferramenta de auxílio para profissionais e escritórios na comunicação e no oferecimento de serviços a clientes, de modo que fossem alcançados de forma mais eficaz e eficiente. É certo afirmar que hoje o Marketing Jurídico não é utilizado apenas para tal fim, ganhando novos contornos e evoluindo de acordo com a própria evolução da advocacia no Brasil, com o rápido fluxo de informações e com o próprio fenômeno da globalização.
Essa evolução continuada levou a uma notória sensibilização dos profissionais para a necessidade de dominar conceitos não só da área jurídica, mas também de administração, finanças e gestão de pessoas, consolidando-se em um fator que fomentou o desenvolvimento de um perfil empresarial em diversas bancas.
Com efeito, o Marketing Jurídico exsurge não só como instrumento de estudos, análises, planejamento, estratégias e ações desenvolvidas pelos escritórios de advocacia para identificar e manter clientes, mas também como uma ferramenta que permite sua própria inserção no ambiente empresarial e de negócios. Dessa forma, o profissional pode estabelecer um networking lucrativo com os demais agentes econômicos e clientes.
Por tal motivo, em relação ao comportamento dos clientes contratantes na hora de selecionar determinado profissional jurídico, a tradição do profissional ou do escritório, o nome e os títulos acadêmicos dos sócios passaram a dividir espaço com critérios empresariais de contratação, tais como:
Assim, torna-se imperiosa a utilização de ferramentas de Marketing para a comunicação do profissional ou do escritório neste ambiente corporativo.
Entretanto, diante da alta regulação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre publicidade advocatícia, com o intuito de evitar a distorção do mercado pela tergiversação das regras de concorrência pelos profissionais, também é necessário que o Marketing Jurídico seja analisado pelo enfoque das próprias regras legais de publicidade na advocacia. Nada obstante, os institutos de Marketing e Publicidade não se confundem.
“Consultoria e assessoria a empresas nacionais e estrangeiras.”